Só o regresso da ética pode resolver a actual crise financeira

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Presentemente todos nós estamos abrangidos por este verdadeiro problema, não só financeiro, mas também económico, sendo certo que ninguém tem certezas de coisa alguma, tal a velocidade da evolução dos acontecimentos e as alterações que permanentemente nos atingem.

Vamos assistindo a uma evolução de acontecimentos que não podem deixar de nos deixar totalmente siderados, pois sucedem-se as situações de fraude, corrupção e falta de ética, em entidades financeiras que até há pouco tempo eram consideradas insuspeitas e que agora vemos desmoronar como se de um verdadeiro castelo de cartas de tratasse.

Como se já não bastassem as fraudes no Millennium/BCP e no BPN, e o desastre do BPP, verificamos ainda as soberbas reformas antecipadas/indemnizações de gestores bancários que depois são nomeados para novos lugares.

Mas a estas situações acresce ainda a evolução na carreira, designada como “normal”, mas que permite um substancial reforço financeiro pessoal, com a sucessiva troca de cadeiras entre diversas instituições, ao arrepio dos mais elementares princípios da ética, como é por exemplo o caso do Dr. João Freixa, ex-Director Geral do Barclays Bank em Portugal, que depois passou para a Administração da CGD e que actualmente se encontra na Administração do BES.

Só os que presenciaram estes acontecimentos, sabem das razões e do significado dos mesmos, sendo certo que estas situações são uma verdadeira praga no sistema, estamos a falar dos lugares de topo nas diversas instituições e em como a falta de ética pessoal não poderá também de deixar de se repercutir ao nível dos negócios com os seus clientes, sejam eles empresas ou particulares.

Só o regresso da ética pode resolver a actual crise financeira, pois é certo que nem tudo pode ser regulamentado por via legislativa

A opinião pública é cada vez mais um factor determinante para obrigar alterar esta “anarquia de valores” com que nos deparamos, e julgo que será para isso que pretenderá contribuir este blog, certo de que a denúncia das diversas situações na Banca deve ser do conhecimento de um cada vez maior número de pessoas, razão pela qual felicito já o aparecimento deste veículo de comunicação

Poderá assim também a opinião pública contribuir para que possam ter vergonha nos actos que praticam, sendo que os mesmos são cada vez mais assumidos com um maior requinte de favorecimento pessoal e sem obediência a quaisquer regras, que não sejam as ditadas por questões meramente formais.

Parte do problema da Banca também reside no comportamento do Banco de Portugal, ainda ontem divulgou que se prepara para publicar legislação, em que as instituições financeiras vão ser obrigadas a elaborar um preçário com valores de juros praticados, comissões e outras despesas cobradas aos clientes, entre outras informações.

Ou seja mais uma medida reactiva, em vez de tomar medidas pró-activas, procurando prevenir em vez de remediar, ou seja, deixou de actuar em tempo oportuno e fá-lo sempre com atraso, para ele a Volta a Portugal começa sempre com um dia de atraso.

Tal como disse Mário Soares, "Diário de Notícias", 6-1-2009, Temos de procurar um novo paradigma, visto que, manifestamente, o que tínhamos não serve. Trouxe corrupção, numa escala nunca vista, falências, descontentamento, desemprego", desigualdades, mais pobreza, e quem sabe se trará ainda revoltas, fruto do descontentamento..."

M Moreira

1 comentários:

Anónimo disse...

Ética?

Será que no novo acordo essa palavra não deixou de existir?

Pois bem, com eleições(3) à porta, poderemos esperar por tudo menos da ética, já que, a Política, grande motor da corrupção, não é mais do que um outro tipo de fundamentalismo.
Assim sendo e para devolver aos fiéis a devida recompensa por tudo fazerem pelo seu líder, tambem este (seja ele de que partido for)tudo será feito para vencer essas eleições, custe o que e a quem custar, logo sem qualquer ética.

Deixem lá os "Freixas" deste País em Paz, uma parte menor do problema.