NEM TUDO É MAU

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Neste último ano como é do conhecimento geral, temos vindo a assistir a uma crise económico-financeira de dimensão catastrófica que ainda ninguém se arrisca a prever o terminus da mesma.

É certo que muitas podem ser as razões apontadas para termos chegado ao ponto de que todos são culpados e ninguém tem culpa, no entanto certo é o facto de ter havido demasiada ambição por parte quer das Instituições Financeiras quer dos próprios investidores, que levaram à criação de instrumentos financeiros que permitiram criar elevados rendimentos com níveis de risco muito reduzidos.

A grande questão passa no meu entender pelo facto de ninguém ter questionado como um instrumento financeiro de risco baixo poderia oferecer rendibilidades anuais superiores a 20 e 30%.

Nos mercados financeiros se há coisa que não existe é elevadas rendibilidades sem risco.

E por isso há que referenciar e denunciar todas as instituições que “esconderam” através de alguma engenharia financeira o risco que determinados activos detinham, transformando-os em activos seguros com performances maravilhosas.

Mas é também verdade que é preciso referenciar as instituições que souberam acompanhar esta fase de mercado, diversificando as carteiras com produtos de capital garantido e depósitos a prazo com taxas que potenciem o retorno dos clientes, como é o caso do Banco BEST.

No mercado nacional existem algumas instituições que merecem a nossa confiança, pelo facto de numa conjuntura adversa, continuarem a oferecer produtos de investimento capazes de gerarem retornos interessantes aos clientes sem que os mesmos assumam risco de capital. Tudo passa pela estratégia com que se devem encarar estas crises e quais os meios que se devem disponibilizar para que as pessoas se sintam confiantes e acreditem nas aplicações em que investem.

Por isso acredito que cada vez mais vai ser esta a estratégia a adoptar pelas instituições bancárias, ao invés de estratégias que servem apenas para atingir resultados hoje sem se preocuparem com o amanhã, sendo que geralmente são estas instituições que em crises tão graves como a actual, sofrem mais as consequências.

Rebelo de Sousa

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